quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Arsenal vs Bayern Munique

Os 3 golos do Bayern passaram pelo lado direito do seu ataque. O video em baixo analisa as dificuldades que os alemães criaram ao Arsenal no seu corredor esquerdo



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

3 Centrais e o Espaço à Frente da Linha Defensiva

Em Itália, várias equipas utilizam estruturas com 3 centrais. Frequentemente, os "exteriores" juntam-se à linha defensiva, criando uma linha final de 5 jogadores.

Boa parte das equipas que opta por esta estrutura, não tem especiais preocupações em colocar dificuldades ao ataque adversário, através de fora de jogo, sentindo-se confortáveis com situações de cruzamento, onde pela linha de 5 jogadores, têm evidentes vantagens.

Ontem, no 1º golo do Viktoria Plzen frente ao Nápoles, é possível verificar o posicionamento a 5 dos últimos homens italianos. Ao contrário do que acontece em outros campeonatos, ao inicial passe para trás do jogador checo, a linha defensiva do napolitana não se adiantou, mas até recuou, acompanhando o movimento dos avançados em zona de finalização. 

Mas o mais interessante neste lance, é a forma como Darida tem espaço para fazer o remate que origina o golo. Não obstante, o posicionamento discutível e alguma displicência de Dzemaili (o jogador que se encontra à entrada da área e vai pressionar Darida muito tarde), é visível o espaço que existe entre a linha defensiva e os restantes elementos da equipa. É aí que o jogador checo aparece para fazer o golo.
Como é visível em Itália, uma linha defensiva de 5 elementos, facilmente torna forte uma equipa em situações de resposta a cruzamento, e dificulta bastante o aproveitamento do espaço quer nas costas da defesa, quer espaços interiores como central e lateral (até porque, equipas que jogam desta forma, normalmente a linha defensiva posiciona-se próxima da sua baliza), no entanto, existe alguma negligência com o espaço à frente da linha defensiva, nomeadamente à entrada da grande área. Talvez por se considerar que uma resposta rápida à 2ª bola é suficiente para dificultar o remate. Como se vê neste golo, nem sempre isso acontece.

Por fim, acrescentar que esta estratégia está também muitas vezes associadas à tentativa de aproveitar o contra-ataque. Com a baliza "guardada" por 5 jogadores, em zonas recuadas, mais dois ou três apoios , e com o consequente adiantamento adversário, existe espaço (e vários atacantes disponíveis) para atacar rapidamente a baliza contrária. Em Itália, o Nápoles com Cavani, Pandev e Hamsík, é um dos expoentes máximos desta estratégia

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A Pressão do United

A 13 de Janeiro, o Liverpool visitou Old Trafford em mais um jogo para a Premier League. Os reds tentaram sair a jogar curto através de Reina, em 4x1x4x1, Lucas a pivô, com Allen e Gerrard como médios interiores (esquerdo e direito respectivamente). O United em 4x4x1x1 com Carrick e Cleverly no meio-campo, Welbeck mais atrasado em relação a Van Persie. 

Logo aos 27 segundos é perceptível, como o United iria tentar contrariar a circulação de bola do Liverpool. 6 jogadores no meio campo adversário (Kagawa é visível nesta imagem). Young pressiona o portador da bola Glen Johnson,  com Welbeck no espaço de Lucas, Van Persie entre os centrais, e Cleverly adiantado dificultando o passe para Gerrard. Carrick mais recuado funciona como cobertura, e dificulta a ligação com Allen.  

Posteriormente, na sequência de um lançamento de linha lateral,  situação repete-se, com Cleverly a sair à pressão, quando o passe, vindo da direita, é feito para Gerrard


A estratégia do Manchester assentou em 2 pontos fundamentais: ter sempre alguém no espaço do pivô (Lucas), impedindo a bola de passar por aí, e por consequência dificultando a circulação no corredor central. E estar preparado para a condução de bola dos centrais. 

Nesta imagem é possível ver como Van Persie permite a Agger começar a condução de bola, para posteriormente sair à pressão, e impedir mudança de corredor. Também é visível o posicionamento de Welbeck no espaço do pivô contrário, e Carrick bastante adiantado, de forma a impedir o passe para Allen.




Aqui, Agger tem possibilidade de conduzir bola, mas Van Persie sai à pressão, de frente para o dinamarquês. O passe para Allen acabaria por não sair nas melhores condições, com Carrick a interceptar a bola.


Aos 15 minutos o Liverpool conseguiu libertar-se da pressão. Com a bola em Reina, Welbeck e Van Persie estão muito adiantados. Quando o espanhol faz o passe para Agger, ficam fora da jogada. Sem a pressão dos avançados, Agger tem espaço (e tempo para progredir). Carrick e Cleverly são mais conservadores na pressão, sendo que o central faz o passe entrelinhas para Suarez. Perceba-se como o posicionamento de um jogador (no caso Van Persie) é determinante para o sucesso da pressão colectiva.




Outra situação em que o Manchester pressiona com "menos um". Van Persie fora da jogada, é Cleverly que vai pressionar a condução de Skrtel. O central tem condições (também pelo adiantamento de Gerrard que provoca dúvida a Carrick, e obriga-o a recuar) para realizar o passe mais vertical entre sectores.

No lado esquerdo do ataque do Manchester, a mesma situação, mas com outros protagonistas. Skrtel conduz bola, mas Welbeck acompanha. Kawaga também está próximo, assim como Cleverly e Evra. Quando Skrtel faz o passe para Widson (o lateral direito do Liverpool), Kagawa e Welbeck impedem a ligação interior, obrigando a que a bola regresse a Skrtel. Os jogadores do Unietd adiantam-se, e acaba por ser Cleverly que rouba a bola a Gerrard.



Num lance em tudo semelhante ao anterior, depois de receber a bola de Wisdom, Skrtel opta por realizar o passe para Reina. Welbeck e Va Persie saem à pressão ao espanhol. Cleverly quando percebe que o espanhol, irá realizar o passe para Lucas, pressiona (obrigando o pivô a ficar de frente para a sua baliza, e extremamente condicionado). Ver ainda o consequente reajustamento de Carrick, que se coloca no corredor central.

Outro momento onde se vê a preocupação do United em impedir Lucas de ter bola. Desta vez é Carrick que pressiona o pivô quando Welbeck em fruto de uma variação de corredor do Liverpool se adianta.


Aqui, é visível como Evra responde ao passe Skrtel para Downing, saindo à pressão. Ilustra bem como o United tencionava recuperar a bola, à entrada do seu meio-campo ofensivo, em circustâncias favoráveis, pois os jogadores do Liverpool tendiam a receber a bola de costas, e com poucos apoios viáveis à circulação de bola. A pressão dos avançados era fundamental para condicionar a acção dos centrais, e retirar-lhes opções de passe.



Numa das poucas vezes que o Liverpool, tentou fazer a bola passar pela zona do pivô, Welbeck interceptou o passe, e originou uma das maiores oportunidades de golo para o United na 1ª parte

Com o decorrer do jogo, o Liverpool tentou adaptar-se à pressão do United, com os centrais a não procurarem conduzir bola, mas com o recuo de Gerrard para receber bola, sempre com a pressão de Cleverly e o consequente ajuste do United. O Liverpool, conseguiu desta forma não ficar encurralado num corredor, mas fazer circular a bola.