terça-feira, 27 de agosto de 2013

Swansea vs Man. United e Sporting vs Arouca - Resposta a Cruzamentos



Na pré-temporada prometeu ser uma das maiores inovações de Moyes, o adiantamento da linha defensiva do Manchester United em relação ao passado recente. Mas a adaptação dos jogadores não terá sido a melhor e no jogo frente ao Swansea (e, já agora, também ontem com o Chelsea) os red devils voltaram à primeira forma e ao conservadorismo habitual neste aspecto do jogo.

Ferdinand e Vidic são talvez a melhor dupla de centrais a responder a cruzamentos, quando a equipa está em bloco baixo. Como se pode ver no video o United está mais do que preparado para este tipo de abordagem. A juntar à qualidade individual dos centrais (quando um, ou até os dois não jogam a equipa ressente-se neste e noutros aspectos) todos os outros jogadores parecem saber exactamente o que fazer para não expor a linha defensiva aos cruzamentos contrários.

Em desvantagem na 2ª parte, o Swansea, entrou em 4x4x2 clássico com os alas, Dyer e Pablo Hernandez, muito por dentro, e com os avançados, nomeadamente Michu, disponíveis para recuar e jogar entre linhas.  Com muita gente no corredor central, a bola acabava à direita ou à esquerda, no último terço, nos laterais gauleses com boas condições para cruzar, por norma, sempre a 3/4 do campo.O United deu o controlo do jogo ao Swansea resguardando ao máximo a sua linha defensiva de situações com cruzamento. 

Linha defensiva muito bem coordenada. Centrais e lateral faziam uma pequena diagonal em relação ao jogador que saía ao portador da bola (normalmente Phil Jones ou Evra). O jogador mais próximo do lateral Swan, tinha como missão impedir cruzamento para o espaço entre a linha defensiva e o guarda-redes De Gea. Centrais e lateral do lado contrário muito próximos entre si, atacavam quase sempre a bola de frente e controlavam assim os cruzamentos contrários. Alguma (natural) vulnerabilidade na zona do 2º poste, mas laterais rápidos a sair para essa zona quando foi necessário. Nota para os médios de corredor central, nomeadamente Carrick sempre juntos à linha defensiva, assegurando que a bola não entrava no espaço à sua frente.

Curioso constatar o contraste com o que se passou em Alvalade no dia seguinte com o Arouca. A fazer a estreia na Liga, viu-se uma maior propensão para a referência individual, não preocupação com a proximidade entre centrais e lateral do lado contrário ao do cruzamento, com este último por várias vezes "desligado" dos centrais,  e a frequência com que o Sporting conseguiu cruzar para o espaço entre linha defensiva e guarda-redes, com os médios do corredor central a não recuarem expondo ainda mais a linha defensiva

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Espaço nas Costas da Linha Defensiva - Bundesliga 1ª Jornada




Já havia sido aqui referido no post relativo ao Bayern de Guardiola, que na Bundesliga um dos aspectos a ter em conta e explorar, é o espaço nas costas das linhas defensivas.

São vários os motivos que contribuem para os vários golos que aconteceram na Alemanha este fim de semana, fruto do sofrível controlo da profundidade. Seja porque o médio/defesa mais próximo do portador da bola permitia o passe para as costas, surpreendendo a linha defensiva, seja porque a linha média não reagia quando era ultrapassada, expondo a linha defensiva, seja porque mesmo quando os defesas recuavam tendo a grande área como referência não controlavam a profundidade permitindo a desmarcação ao avançado. 

Por outro lado, vários foram os golos que aconteceram devido a uma transição ofensiva vertical permitida devido à exposição que quem ataca se submete. Com os dois laterais adiantados e por vezes 6 ou 7 jogadores à frente da bola no momento seguinte à perda é complicado a qualquer defesa preservar a sua baliza.

Apesar de muitas equipas tentarem forçar ao máximo o seu posicionamento mais alto da linha defensiva, não é assim tão  frequente ver os defesas a adiantarem-se no momento anterior ao passe para as suas costas, no sentido de deixarem os adversários em fora-de-jogo 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Chelsea de Mourinho - Primeiras Impressões



Consistência é a palavra que surge ao ver o jogo que o Chelsea realizou frente ao Milan. É perceptível o dedo de Mourinho, seja na solidez defensiva patente na boa reacção ao jogo entrelinhas adversário, seja no momento em que o Chelesa ganha bola, e a facilidade com que coloca vários jogadores próximos da área adversária rapidamente

A atacar realce para a mobilidade dos três médios ofensivos, (na primeira parte Hazard à esquerda, Óscar no meio e De Bruyne à direita) que jogam atrás do avançado. Não só os belgas procuravam o corredor central, com frequência para combinarem com Óscar, como o brasileiro descaia nos corredores laterais, sendo exemplo máximo desta última situação o primeiro golo. Nota também para o facto de De Bruyne procurar o corredor contrário ao seu co-habitando com Hazard à esquerda, e até Óscar, veremos se para continuar. Mas parece certo que os três da frente têm como função, e objectivo, jogar próximos uns dos outros. A rever a função do duplo-pivô. Não muito activo nas fases precoces da construção (o Chelsea optou várias vezes por jogar longo), é referência para circular bola por trás  mas também não muito utilizado. Os londrinos quando jogam longo procuram fazê-lo com critério, estando preparados para a 2ª bola.

Sem bola já bastante qualidade dos londrinos. 4x4x2 num bloco médio, os dois jogadores mais avançados tentam impedir o jogo pelo meio, condicionando o central com bola a progredir já próximo da linha lateral. Zona de pressão bem definida à entrada no seu meio-campo em zonas laterais, com o duplo pivô, por norma devidamente basculado e linha defensiva próxima. Extremos disponíveis para recuar e defender. Maiores dificuldades quando Milan conseguiu ultrapassar barreira dos avançados e jogou no corredor central, ainda que de frente para o duplo pivô (e portanto fora do bloco londrino). Nota para a linha defensiva. Postura conservadora em relação à profundidade (se não estou em erro, apenas um fora-de-jogo assinalado ao Milan), sempre bem coordenada, mesmo quando exposta com capacidade para temporizar as acções italianas no último terço.

Outro aspecto a considerar é a capacidade que o Chelsea revelou em transição ofensiva. Pese embora a exposição Milanesa na 2ª parte, não deixa de ser assinalável a competência londrina neste aspecto. Quando recuperam a bola, jogam facilmente a um/dois toques, preocupação em dar soluções à largura (algumas situações de 1x1 na procura da referência à largura ao longo do jogo) e vários jogadores a chegar rapidamente à área contrária. Faltará ainda afinar a definição no último terço que não terá sido a melhor