quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A Circulação à Largura do Real Madrid

Existe alguma tendência, nomeadamente entre as equipas de topo, para tentar jogar "dentro do bloco adversário", ou seja, fazer a bola entrar com frequência no denominado espaço entre linhas. Também por isso, o facto de o Real Madrid valorizar bastante a largura ganha especial interesse, até porque no inicio da época, a equipa de Ancelotti tinha no corredor central a sua prioridade para circular bola com bastante presença no espaço entre linhas, ao contrário do que acontece actualmente onde é, fundamentalmente pelos corredores laterais que o Real Madrid procura progredir e desequilibrar

Com a circulação à largura saltam à vista algumas características do ataque madrileno. Desde logo a ideia de mudar constantemente a zona da bola, da esquerda para a direita e vice-versa. Aqui ganha especial destaque o papel dos médios e centrais. Modric e Di Maria raramente entram no bloco adversário. Quando a bola está no seu corredor dão apoio por trás à circulação (sempre muito largos) e têm como objectivo fazer chegar a bola ao corredor contrário, quer através de passe longo, quer através da procura dos centrais. Nota para Modric que quando a bola está no corredor contrário ao seu, por vezes aproxima para facilitar a mudança de corredor. Isto implica que um dos defesas (seja Pepe ou Arbeloa) se adiante para dar linha de passe e conduzir bola

Com os médios interiores muito baixos, preocupados com zonas mais precoces da construção, são os 3 da frente que asseguram a presença do Real Madrid no espaço entre linhas. Apesar disso, quando a bola está no seu corredor lateral raramente os laterais não têm um apoio próximo do extremo, isto significa que raramente os 3 da frente assumem uma posição no meio ao mesmo tempo, com os extremos, principalmente Jesé a darem largura ao ataque, mesmo tendo apoio do lateral

Por fim a especificidade da própria equipa. Com Ronaldo a ser o extremo que mais vezes vai para dentro, Di Maria abandona "abandona" a sua posição mais central e dá largura, tal qual como um extremo "compensando" o português, num movimento que parece ser trabalhado e que tem em conta as características dos dois jogadores


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