sábado, 15 de julho de 2017

Sporting e transição defensiva - o 2º golo do Valência

No post anterior refiro alguns aspectos que têm marcado os jogos amigáveis do Sporting neste inicio de época, nomeadamente  os interiores muito por dentro e alguma falta de coordenação dos dois jogadores a alinhar no meio-campo.

O 2º golo do Valência surge após Mathieu perder a bola no meio-campo dos espanhóis mas vale a pena perceber o enquadramento de todo o lance que começa com Bruno Fernandes a baixar para ter bola sobre a esquerda do ataque. Neste momento Iuri Medeiros, ala, já está entre linhas e Bas Dost recua com Doumbia a ameaçar ir na profundidade procurando as costas da linha defensiva. Fábio Coentrão baixo acaba por ser a linha de passe utilizada e neste momento Iuri faz diagonal para fora. Nota para o Valência que com duas linhas de 4 compactas e alto + os dois avançados consegue controlar o lance.



O Sporting acaba por rodar o jogo por trás até à direita onde é o lateral que recebe. Deste lado, Podence (ligeiramente por dentro), Dost e Doumbia procuram profundidade os três que é controlada pela linha defensiva valenciana. Jogo volta aos centrais




No momento em que a bola volta à esquerda e Mathieu inicia a condução de bola as duas linhas de 4 do Valência estão muito juntas, também pelo profundidade dada anteriormente pelo Sporting, que fez os espanhóis recuar e pelo posicionamento dentro e adiantado de Iuri. É isto que permite ao francês ter espaço para levar a bola. Os problemas começam aqui. Rodrigo, avançado do Valência impede com a orientação do corpo a mudança de corredor e Mathieu prefere não travar condução antes de ser encurralado. Bruno Fernandes também não é rápido a dar linha de passe quando o francês começa a conduzir bola assumindo, talvez, que este iria continuar a progressão.





Mathieu continua a conduzir e é possível verificar uma desvantagem numérica e espacial. E aqui, no meu entendimento é também visível o principal paradoxo do jogo sportinguista no momento. Apesar de ter constante presença entre linhas, tem dificuldade em jogar dentro do bloco adversário principalmente quando este é compacto (Valência e Belenenses). Mathieu tenta o passe entre linhas mas Iuri está rodeado de 4 jogadores. Os dois avançados ocupam uma posição à mesma altura que o português e o passe é naturalmente interceptado



Após a perda de bola o posicionamento dos dois médios que estão muito próximos à profundidade e saem ambos na pressão a Rodrigo deixando um espaço enorme no meio passível de ser aproveitado, permitem à equipa do Valência chegar à área do Sporting rapidamente.



Tal como contra o Belenenses na semana passada, neste jogo o posicionamento ofensivo do Sporting levou a que o adversário fechasse o corredor central sendo complicado aos leões fazerem a bola chegar a esse espaço com bola. Para jogar entre linhas com maior frequência frente a equipas que fecham bem o meio é importante criar vários engodos e desorganizar o adversário. Por outro lado, como foi visível no lance aqui apresentado, com os jogadores muito profundos e passe vertical a solicitar entre linhas em caso de intercepção a equipa pode ficar desequilibrada pois no momento da perda de bola uma quantidade assinalável de jogadores poderá ficar à frente da linha da bola expondo a linha defensiva obrigando-a a baixar


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