quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Transição defensiva - preparação e reacção

Quando se fala em transição defensiva o aspecto mais valorizado é a reacção à perda de bola. Concedendo que esse é um factor essencial, acredito que a forma como a equipa está disposta no campo no momento da perda faz toda a diferença assim como a forma como a bola deixa de estar na sua posse, intercepção ou duelo por exemplo.

Actualmente, em Portugal  é mesmo uma grande tendência, ganha cada vez maior preponderância o passe vertical, ou seja, o passe realizado de frente para o bloco adversário solicitando um colega entre as linhas adversárias, é visto como um dos grandes factores para desequilibrar as organizações defensivas. Embora concorde com esta visão, parece-me que existe uma tendência actual para tentar este tipo de situação de forma exagerada. Muitas vezes o passe vertical não resulta essencialmente porque a equipa adversária não está suficientemente desequilibrada, ou seja, permanece compacta e acaba por interceptar o passe ou pressionar imediatamente quem recebe bola, sendo que, há a tentação imediata de procurar o homem entre linhas.

O lance que trago aqui é o golo do Monaco frente ao PSG na Supertaça francesa este fim-de-semana que surge de um contra-ataque após intercepção de passe vertical. A meu ver, o PSG está um pouco desequilibrado no momento da perda mas também há falta de reacção à perda.

A imagem é o momento em que Fabinho intercepta o passe vertical de Motta. Aqui o PSG tem dois jogadores entre linhas, laterais projectados, sendo os quatro jogadores atrás da linha da bola são dois médios e centrais. Quando o Monaco recupera bola, Verratti e Pastore estão à frente da linha da bola. Não há ninguém próximo de Fabinho que fica com espaço para decidir, e de repente, a linha média do Monaco fica mais próxima que a do PSG.



Verratti reage mas não chega a tempo de condicionar Fabinho. Pastore não é rápido a baixar e é o suficiente para o outro médio do Mónaco Tielemans ser apoio frontal com espaço de avançado que recebe de costas e fazer a assistência. Certamente que Rabiot poderia ter fechado o espaço interior entre si e o central para impedir passe na profundidade, mas a imagem que fica é a exposição do PSG nesta situação caso o passe vertical não entrasse







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